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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

GUARDA O TEU CORAÇÃO

Cada atitude que tomamos, cada escolha que fazemos, sejam grandes ou diminutas, todas têm conseqüências. Somos fruto das nossas opções, tenham sido elas tomadas acertadamente, de maneira bem pensada, ou levadas a cabo sem levar em consideração aquilo para o que deveríamos ter atentado. Mas afinal, o que nos leva a fazer boas escolhas? Como saber se a opção mais correta é esta ou aquela?

Não tenho a pretensão aqui de fazer como os conhecidíssimos autores de auto-ajuda, listando “10 maneiras de escolher bem” ou lançando um mapa de “Escolhas para se fazer durante a vida e se dar bem!”. A Bíblia, além de instrumento de fé e doutrina, está cheia de exemplos de pessoas normais como eu e você, que fizeram escolhas e, bem ou mal, suportaram as conseqüências e de alguma maneira aprenderam com tudo pelo que passaram.


Ultimamente tenho assistido a “novela” Sansão e Dalila, da Rede Record, que passa pelas 23:00h (minhas olheiras não negam...). Não preciso dizer que é baseada na história bíblica, muito embora tenha que ser dado ênfase na palavra “baseada”. Muita coisa ali é inventada, satirizada, criada para dar um ambiente romanesco e familiar à história, semelhantemente às novelinhas globais, mas o sumo de tudo é aproveitável. Pois bem, falo isso justamente por querer usar o exemplo do nazireu, de cabelo grande, com força descomunal e, acima de qualquer outra qualidade, consagrado a Deus (Jz. 13.5). Falo de Sansão.


Nosso herói era juiz da tribo de Dã, e como o seu nome diz, deveria ser luz para o seu povo, iluminando e julgando com justiça o seu povo, através do seu compromisso com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (Sansão / [heb.] Sol, Claridade, Homem do Sol). No entanto, no decorrer de sua história – que não leva mais que quatro capítulos – vemos um homem consagrado a Deus, com o dever de ser o Libertador dos Hebreus(v. 5), preocupar-se mais com a satisfação do seu umbigo que com sua liberdade. Ele tinha consciência de sua força e de que ela era originária não do seu couro cabeludo, mas do compromisso firmado com Deus; ele sabia que o seu dever era libertar o seu povo da opressão dos filisteus e não enamorar-se da mais bela mulher, mas eu pergunto: Por que Sansão levou tanto tempo para descobrir o seu real propósito de vida? Por que Sansão escolhia olhar para si mesmo ao invés de olhar ao seu redor e encarar o propósito de Deus?

Primeiro ele resolve dirigir-se a Timna, cidade filistéia (v. 14:1); agrada-se e se casa com uma moça daquela cidade (v. 14:7); afronta os filisteus em sua própria terra, com um enigma (v. 14:12); escolhe a vingança deliberada (v. 15:7); novamente enamora-se de uma filha de Filisteus, Dalila (v. 16:4); “brinca” com seu compromisso com Deus (v. 16:7,11,13) e finalmente sede ante as investidas de Dalila (v. 16:17).

Podemos ressaltar aqui a última escolha de Sansão, antes do seu fim “trágico-glorioso”. Diz-nos Juízes 16:17: Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Este versículo é forte e esclarecedor, pois demonstra como podemos ser manipulados por nossas próprias vontades.

Sansão, o nazireu, conhecido por sua tremenda força, não ousou ser forte para resistir aos encantos de sua amante e entrega-se a ela, não somente o seu corpo, mas o seu compromisso. Preferiu as “cebolas do Egito”, à promessa feita pelo próprio Deus. Tudo isso por que não protegeu o seu coração, não fincou profundos fundamentos ao seu redor, plantou em terreno inimigo e colheu inimizade.

Ao “descobrir o seu coração”, Sansão entrega de bandeja, àquela que se fazia amante, tudo o que lhe dava razão de existir. Ora, tendo sido designado por Deus para libertar o Seu povo do domínio filisteu, dando o próprio Deus um dom singular que deveria ser usado para cumprir o Seu propósito, Sansão não lhe entrega somente o seu dom, mas a sua própria vida, deixando de ser o “Escolhido de Deus” para ser “como qualquer outro homem”.

Ao fim de tudo, Sansão reconheceu que só lhe restara a fé e a vontade de pela última vez ser usado por Deus através do dom que Ele lhe dera. Cego, prisioneiro, escravo, clama “Senhor, Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só esta vez, ó Deus (...). Morra eu com os Filisteus” (v. 16:28, 30). Matou mais filisteus com sua morte do que em vida.

Deus foi (e é) misericordioso e fiel, ainda assim cumpriu sua promessa de libertação do Seu povo através de seu servo, muito embora tenha Sansão passado por tudo que passou, escolhendo antes suas vontades à vontade do Pai, tudo por não ter guardado o seu coração.

Concluo: não importa quantas escolhas tenha de tomar, desde que a primeira delas seja guardar o seu coração junto à Vontade de Deus. Tenha certeza que todas as outras decisões que tomar acertarão o alvo (Fp. 3:14)



“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. (Pv. 4:23)


Um comentário:

  1. É isso. Errar de cara, logo no início, é como abotoar uma camisa e errar o primeiro botão -todos os seguintes entrarão nas casas erradas, e vai sobrar camisa num dos lados! Acerte-se o coração, e tudo o mais acertar-se-á! Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele vêm as fontes da vida.

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