Já passaram por aqui!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

AMIGOS QUE NUNCA VEMOS

Você conhece todos os seus amigos da internet?

Você tem Orkut? Diz ai: quantos amigos você tem lá? E Facebook, você tem? Twitter? Você talvez já tenha dito: “- Ah, meu perfil está lotado, tenho que criar outro!” ou “- Tenho 3 contas no MSN, uma para meus amigos do trabalho, outra para os da escola, outros para pessoas que não gosto(...)”. De vez em quando vejo em alguns perfis: “Só adiciono pessoas que conheço! (em letras MAIÚSCULAS”. É engraçado, mas a pergunta que não quer calar é: Você tem amigos? Não pergunto se você tem “contatos”, ou se você já adicionou muitos “perfis”, mas se você tem “amigos”.

Não precisamos ir muito longe. Nossos pais (pra quem tem pelo menos 25 anos – geração anos ’80) ainda hoje se assustam com a tal da internet. Nossos avós, coitados, não passa nem pela ante-sala das suas mentes a possibilidade de conversar com alguém através de uma máquina. Talvez nossos bizavós pensassem que seria “coisa do demo”! Tecnologia é um negócio sério: quanto mais o tempo passa, mas você fica obsoleto!

Mas não estamos aqui para discutir se MSN, Orkut, Facebook ou qualquer outro site ou programa de relacionamentos são bons ou não. O que queremos saber é se você tem realmente amigos ou meros “contatos”.

Quantas pessoas do seu perfil sabem seu nome completo? Quantas delas lembraram do seu aniversário (sem ter que se utilizar de estratégias tecnológicas como o lembrete de “aniversários” do Orkut ou do celular!)? Alguma delas já foi até sua casa? Já te visitaram quando você estava passando por aquele aperto? Elas reconhecem sua voz ao telefone? Eu mesmo confesso que já me peguei lembrando de muita coisa porque meu Orkut me lembrou, já me esqueci do telefone de muita gente e tive que pedir ajuda ao MSN. Entretanto, são perguntas como estas nos faz ponderar sobre se vale a pena ter tantos amigos que nunca vimos, e se vimos, não desfrutamos de tempo de qualidade com eles.

Em I Samuel 18:1-3 a Bíblia nos relata como pode ser profunda uma amizade verdadeiramente cultivada. Davi falava com o Rei Saul – de quem Davi sofria tamanha perseguição a ponto deste lhe tentar tirar a vida – quando o filho do Rei, Jônatas, o ouvia. Nos conta o texto que “(...) a alma de Jônatas se ligou com a de Davi”. A locução “se ligou” advém do verbo hebraico niqsherah, melhor se traduzindo por “aglutinar-se” – na lição de Shedd (o da Bíblia SHEDD), dando uma idéia de que ocorreu uma identificação entre um e outro (longe de qualquer discurso a cerca de uma suposta falha da “identidade sexual” de ambos, como tentam nos iludir alguns – vide “Superpop” entre outros...), uma junção a ponto de Jônatas entregar a sua capa, sua armadura, espada, arco e cinto a Davi para que este ficasse em segurança. Preferiu ficar desprotegido a perder o seu amigo. Algo que hoje poderíamos comparar ao homem que entrega o seu carro para que outro possa chegar ao trabalho, preferindo ir a pé, mesmo tendo de enfrentar o trânsito, a violência e os riscos advindos de tal escolha. Podemos dizer que se tratava de “uma amizade à moda antiga”?

Somente uma amizade verdadeira e sincera nos faria entregar aquilo que para nós representa segurança, conforto, proteção, poder a outra pessoa sem exigir nada em troca. Atitudes altruístas revelam corações puros, assim como os de Davi e Jônatas. Sua amizade foi forjada (no sentido de processo de construção) de maneira tão fiel, que permaneceu para além da vida de Jônatas, quando Davi, num exemplo de fidelidade e amor à lembrança de seu amigo, deu guarida a Mefibosete, após a morte de seu pai (II Sm 9:7).

Certamente não há como ter somente amigos “verdadeiros”. Existem aqueles que conhecemos por um “oi”, a quem dirigimos um simples e breve aceno. Há também aqueles colegas do trabalho, com que podemos conversar durante o expediente, mas quando encontramos na rua ou no shopping parece que não encontramos assunto pra falar. Os que conhecemos indiretamente, como “o amigo da amiga do vizinho do meu primo”. Tem também os que conhecemos na infância... estes fazemos questão de lembrar bem! Basta recordar o nome da professora de matemática, de uma bagunça, briga, confusão ou alguma história ocorrida na sala que o assunto começa a fluir e perdemos a hora. Amigos, ahhh os amigos. São aqueles que tem a alma parecida, ou pelo menos que não ligam para as diferenças entre elas! Esses a gente tem que preservar, cuidar, ligar, falar, ouvir, mandar recado, lembrar aniversário, mandar presente, estar presente, ser na verdade aquilo que para nós desejamos que ele seja, um amigo. Existe um provérbio (acho que chinês) que diz: “MELHOR DO QUE CONQUISTAR NOVOS AMIGOS É CONSERVAR OS VELHOS”.

Não sou contra Orkut, Facebook, MSN, Formspring etc. Só acho que está havendo algo que posso chamar de “banalização da amizade”. Temos nos acostumado a ter amigos que nunca vimos e quando somos exigidos a ter uma amizade física, verdadeira e sincera, nos perdemos e não sabemos o que fazer. Davi e Jônatas nos dão um exemplo a ser seguido e é bom que o sigamos. Afinal, amigos não são números nem perfis, não se adicionam, antes se conquistam. Amigos nos dão abraços calorosos mesmo quando estão distantes. Nos corrigem com mansidão e nos ensinam com sabedoria. Nos encontram em um momento de alegria, assim como podemos encontrá-los junto a nós lá no fundo do poço. Verdadeiros amigos nos mostram que a distância não é medida em metros ou kilômetros, mas em verdade ou indiferença.

Saiba que nossas amizades refletem o nosso relacionamento com Deus. A verdade da nossa amizade com o Pai estará presente também na nossa amizade com nossos irmãos, por outro lado, a nossa indiferença do Ele, também gerará indiferença com os nossos irmãos.

Que sejamos amigos uns dos outros assim como Davi foi com Jônatas, Paulo e Silas, Abraão com Deus (Tg 2:23), para que um dia, semelhantemente, sejamos  chamados “amigos de Deus”. Saberemos assim dar valor a quem está do nosso lado, a quem sempre chamamos de amigos.

Pense nisso! Deus lhe abençoe grandemente e a todos os seus amigos!

Videos relacionados:


2 comentários:

  1. Ei, psiu!
    Comentário de pai, vale?
    Se valer, quero dizer que gostei muito ao ver você não envergonhar-se de falar da Palavra de Deus.
    Bem, se comentário de pai, não pode, fica assim mesmo. Já falei, tá falado!
    Até o carnaval chegar, faltam quantos dias?

    ResponderExcluir